Redemocratização
Esmeraldo Tarquínio: um resistente
Santos, SP, era conhecida como “cidade vermelha”, dada à importância de seu porto e à organização e engajamento político dos trabalhadores portuários .
Em 1964, ano do golpe, tantos foram os presos que foi enviado um navio, o Raul Soares, para que servisse de prisão.
Esmeraldo Tarquínio, Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos Filho, nascido em São Vicente, SP, em 1927, atuava como despachante aduaneiro.
Em 1968, encarnava tudo o que a ditadura implantada há 4 anos não queria : apoiara o governo Jango e as reformas de base, tinha vínculos fortes com os portuários, fora fundador do MDB , apoiava as manifestações estudantis que se espalhavam pelo país, era negro, opositor firme dos desmandos ditatoriais.
Venceu as eleições municipais, chegou a ser diplomado Prefeito da cidade de Santos, o primeiro negro eleito para tal cargo.
Mas Tarquínio nunca chegou a assumir a prefeitura.
Poucos antes da posse foi cassado . Em solidariedade, o vice eleito em sua chapa, Osvaldo Justo, renunciou.
Os senhores do regime nomearam um interventor.
Por 25 anos, os cidadãos de Santos, como centenas de milhares brasileiros das áreas de segurança nacional, não puderam escolher diretamente sequer seu prefeito.
Esmeraldo faleceu em Santos, em novembro de 1982.
Fontes:
Revista Manchete de 1968 (Pág. 42 e 43 da Edição 869);
Jornal Cidade de Santos de 1968 (Capa do dia 17 e 18/11), (Pág. 04 – 06/12);
Jornal Cidade de Santos de 1969 (Pág. 04 – 23/01), (Pág. 04 – 14 e 29/04) e (Pág. 04 – 11/04);
Jornal A Tribuna SP (Capa do dia 13/09/1969);
Jornal A Tribuna SP (Pág. 57 – 26/01/2009) e (Pág. 04 – 08/03/2009);
Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro – CPDOC FGV;
Arquivo Nacional.
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Esmeraldo Tarquínio: um resistente
Rademaker, Aurélio Tavares e Márcio de Sousa Melo. Os três ministros que assinaram o Decreto Lei que tirou de Santos sua autonomia política, 1969
Rademaker, Aurélio Tavares e Márcio de Sousa Melo. Os três ministros que assinaram o Decreto Lei que tirou de Santos sua autonomia política - Memória Santista