Redemocratização
Militância Vigiada
Subversivos, inimigos da “Revolução”, comunistas, inimigos da pátria e das boas tradições brasileiras, essas eram algumas expressões utilizadas pelos serviços de informações da ditadura de 1964 para referir-se aos militantes e lideranças do MDB.
Devemos lembrar que comunista era um termo que os órgãos repressivos utilizavam não só para designar membros do então clandestino PCB, mas a todo e qualquer cidadão que expressasse divergência e inconformidade com os desmandos do regime. O termo era um grande guarda-chuva, utilizado sempre que os donos do poder julgavam necessário neutralizar ou mesmo eliminar um inimigo, especialmente um inimigo interno.
Dirigentes, parlamentares, simples militantes de base do MDB eram constantemente vigiados e, sempre que conveniente ao regime, punidos, fosse pela prisão, fosse pela cassação de direitos políticos.
O aparato repressivo do regime tinha olhos e ouvidos em todos os lugares, em todos os meios, mesmo que não clandestina ou armada – é preciso dizer que as fronteiras entre legal e ilegal eram constante e arbitrariamente modificadas pelo regime – a militância no MDB trazia riscos e consequências – como o veto ao exercício de determinados cargos, ainda que conquistados em concurso público – e mesmo a prisão e a tortura.